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A CDU Guarda apresentou os primeiros candidatos à Câmara e Assembleia Municipais da Guarda: Carlos Canhoto (à esquerda) e Aires Dinis (à direita), respetivamente.

A este propósito apresentou uma nota intitulada "Agricultura e Ambiente - A Guarda adiada" que a seguir transcrevemos:

 

"A par da política seguida pelos sucessivos governos afectando a capacidade produtiva na Região, o executivo municipal da Guarda hostiliza a agricultura familiar e os agricultores e ignora o ambiente, permitindo a degradação continuada do seu ecossistema natural, tornando irreconhecível a paisagem natural como notamos.

Este tipo de agricultura tem um papel fundamental na produção de bens alimentares de qualidade e de proximidade, que para além de dar um contributo efectivo para a fixação de pessoas nos territórios, nomeadamente no interior do país, contribui para a geração de riqueza reforço da produção nacional aliando a outros sectores de actividade.

 

Como resultado de uma política agrícola restritiva das suas capacidades produtivas, o concelho da Guarda que já foi um produtor excedentário de queijo, batatas, cereais, castanhas, azeite, frutos secos, cerejas, hortaliças, etc., hoje não só não produz como tem de importar a maioria dos bens alimentares que consome.

É por isso necessários que sejam assumidos compromissos claros em defesa da agricultura familiar, através de políticas para a salvaguarda dos interesses da pequena agricultura. Neste sentido, deveria ser o dever da Câmara da Guarda defender esse caminho, quer por via do seu papel junto das entidades competentes, quer naquilo que lhe diz respeito a nível municipal. Recordamos que o actual Presidente da CM da Guarda foi secretário de Estado da Agricultura de um governo do PSD num período fortemente marcado pela destruição da nossa produção agrícola familiar. Aliás podemos verificar que se mantém o registo e a postura, sendo disso exemplo, o silêncio face ao questionamento na Assembleia Municipal por um eleito da CDU, sobre medidas de apoio aos agricultores.

Os agricultores do concelho sabem que não há medidas de incentivo à produção e até os produtos consumidos nos organismos públicos não são de produção local. Mesmo a intervenção feita no Mercado Municipal, continua a não potenciar a presença dos produtores locais, nomeadamente pelas condições que lhes são dadas,

A CDU tem denunciado os constrangimentos da Politica Agrícola Comum, da falta de um plano estratégico de desenvolvimento do sector, da manutenção dos rendimentos baixos e irregulares, da liquidação das explorações agrícolas, dos insuficientes preços à produção e dificuldades de escoamento, entre outros. São naturalmente problemas que exigem respostas nacionais mas para as quais as autarquias devem ter um papel de pressão e intervenção activa e não meramente propagandísticas sem efeitos reais. Não se incentivam e promovem as hortas urbanas, impedindo a especulação imobiliária, nem se criam percursos pedonais ao longo das mesmas nesta cidade de montanha, com grandes inclinações, poderia melhorar-se muito o acesso a alguns bairros da cidade interligando-os. Há que reactivar a Quinta da Maunça e a estufa, reduzindo assim custos no ajardinamento e manutenção de espaços, aproveitando os conhecimentos e capacidades dos funcionários.

Contudo, uma parte significativa do concelho está integrada no Parque Natural da Serra da Estrela/REDE NATURA 2000. Mas, nada se fez para valorizar o riquíssimo património, fauna e flora, existente, nem sequer a sua divulgação. Também não há sinalização, nem dos percursos, nem do património e os carreiros de pé posto, que poderiam ser utilizados para visitas científicas, ou de mera exploração e lazer, estão irreconhecíveis no meio do matagal. Frisemos ainda a situação inaceitável: a poluição do Rio Noémi, onde se continua a cortar a erva e um ou outro arbusto sem a intervenção necessária

Com este executivo camarário, confirma-se que “ É necessário que alguma coisa pareça mudar para que tudo continue na mesma”. E também não é por acaso que a autarquia da Guarda, no índice de transparência, ocupa um vergonhoso 254º lugar.

Assim, com esta política municipal, a Guarda fica cada vez mais despovoada.

A Guarda precisa de uma voz interventiva. A CDU continuará a bater-se pela defesa da produção, do emprego com direitos, da valorização do património natural ao serviço das populações e do desenvolvimento.

Guarda, dia 24 de Março de 2017

CDU Guarda"