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A Comissão Concelhia da Guarda do PCP vem manifestar a sua preocupação com os indicadores referentes ao concelho da Guarda, publicados recentemente no Jornal de Negócios. A capital de distrito tem 41 549 habitantes, com uma média de 58 por Km2, metade da média nacional, sendo 21% com mais de 65 anos e somente 13% são jovens. Os números de desempregados registados pelo IEFP em Novembro de 2014 são elevadíssimos: 2 183 pessoas estão nesta situação e os salários praticados são mais baixos que outras cidades do pais como Porto ou Lisboa, embora reconhecendo as qualidades dos trabalhadores não tem tradução nos valores salariais.

 O concelho com um tecido empresarial com pouco mais de 1000 empresas importa mais do que exporta e as 10 maiores empresa do concelho têm no total 1651 trabalhadores, sendo um número muito reduzido para a população activa do concelho. Além dos serviços existem respostas insuficientes no quadro empresarial e na capacidade de atracção quer por politicas locais, quer por incentivos à fixação no interior no plano nacional.

 O concelho tem ainda políticas pensadas e aplicadas quer pelo PS, quer pelo actual governo PSD/CDS e muitas das vezes com a cumplicidade do município, que prejudicam e comprometem o desenvolvimento assim como afastam cada vez mais os egitanenses de respostas públicas e soluções que promovam o desenvolvimento e o bem estar, assim como defendam os seus direitos na vida e no trabalho. Exemplos como a introdução de portagens, a não requalificação e conclusão da linha férrea da Beira Baixa, mas também da Beira Alta, a privatização ou supressão de serviços públicos, como os CTT, meios na ULS da Guarda, transportes públicos, a tentativa de municipalização de sectores que devem ser universais como educação, saúde ou segurança social, entre outros.

 

 

Estes dados reflectem igualmente as políticas de destruição do aparelho produtivo, por via quer dos elevados custos dos factores de produção (electricidade, água, gás, outros), da falta de incentivos e apoios à produção como na agricultura, ou ainda a submissão às imposições de Bruxelas e Berlim, os monopólios das grandes superfícies e grandes industriais que esmagam os micro, pequenos e médios empresários e pequenos produtores. O PCP tem propostas e soluções onde para além da defesa, incentivo e promoção de produtos como a castanha, batata e azeite e o queijo da Serra, característicos do concelho e região, assim como aposta, qualificação e modernização de sectores como o têxtil. O PCP considera que para a valorização e o desenvolvimento do interior é necessário romper com estas politica e promover os eixos de uma politica alternativa patriótica e de esquerda como a valorização dos salários e pensões; a promoção e valorização da produção nacional e a criação de emprego; a defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, designadamente no direito à educação, saúde, protecção social e a cultura; o controlo público de sectores e empresas estratégicas (nomeadamente no sector financeiro); uma politica fiscal que desagrave a carga sobre os rendimentos dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas e tribute fortemente os rendimentos e património do grande capital, os seus lucros e a especulação financeira; a renegociação da dívida nos seus montantes, prazos e juros e a defesa e recuperação da soberania nacional, económica, orçamental e monetária rejeitando a submissão às imposições do euro e da União Europeia

 

Guarda, 27 de Março de 2015

Comissão Concelhia do PCP